quinta-feira, 16 de agosto de 2012

As assembleias da Adufrj-SSind

Mauro Iasi - fala final na assembleia do dia 10 de agosto de 2012

Desde o início dessa greve, para quem participou das nossas primeiras reuniões ainda em maio, sabe que houve um sentimento que nos mobilizou, de que os professores estavam sendo desrespeitados e que nós merecíamos respeito. Mas, desde as primeiras reuniões, eu quero esclarecer que em várias delas a Adufrj-SSind foi para conversar com pessoas que estavam francamente contrárias à greve, contrárias, inclusive, à própria Adufrj-SSind. E nós não nos recusamos a ir em nenhuma reunião em que fomos chamados para defender a postura do Andes Sindicato Nacional e a necessidade de deflagrar nosso movimento.

Temos conduzido não apenas nossas assembleias como as reuniões que já passam de uma centena mantendo firmemente o respeito e esse princípio. Alguém nos disse que é mais fácil respeitar aqueles que nos tratam com gentileza e respeito do que manter uma postura com aqueles que nos tratam com desrespeito. Eu agregaria apenas o seguinte: apesar de acreditar nisso e manter firmemente nossa postura de respeito a qualquer colega, independente do que ele venha a se posicionar no debate que estamos fazendo aqui sobre o rumo do nosso movimento, sob as formas de luta, sobre a oportunidade de manter a greve ou parar é fundamental que a gente denuncie e explicite quando se produz uma falta de respeito.

Essa assembleia não tem nenhuma manobra, nenhum jogo, mas ela tem direção. Ela tem uma mesa que é legitimada pelo Comando Local de Greve, pela Seção Sindical docente e nós não pediremos nem licença, nem permissão para traçar a tática de assembleia, a ordem que votaremos as coisas e submeteremos isso única e exclusivamente à vontade da assembleia.

Se tem gente que por viés, que não sabemos quais, acredita que pode dirigir um movimento docente por fora dele, por benefício e beneplaste de conhecimento do governo, ou por uma estratégia estranha de, ao invés de disputar a Seção Sindical, se penetrar em órgãos de gestão da universidade achando que por aí se dirige os professores e não através de um movimento autônomo sindical dos professores, nós diremos que não nos intimidamos e não nos apequenaremos a fazer esse embate com aqueles que não se dispõem a vir aqui discutir politicamente, civilizadamente como nós temos feito até esse momento.

Não aceitaremos que as pessoas venham de repente querer apenas votar propostas sem participar dos debates. Nós temos tido uma postura civilizada, respeitosa com todos os professores, mas isso implica que nós exigimos de todos o mesmo respeito. Não aceitaremos como fato natural que mensagens circulem entre os professores dizendo que em nossas assembleias não há espaço para discussão política porque tem sido 'palco de espetáculos explícitos de violência que intimidam os professores a expressarem suas opiniões'. Estou vendo várias pessoas que estiveram presentes em todas as assembleias. Eu faltei apenas a uma: a que teve o tal espetáculo explícito de violência. Essa eu devo ter perdido. Porque eu não vi em nenhum momento alguma pressão ilegítima que impediu as pessoas de falarem. Talvez a única força no mundo que tenha impedido as pessoas de falarem nas assembleias é uma força maior que é a vergonha de defender uma proposta lastimável que o governo apresentou.

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=169od3IDdYE&feature=share

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