Mauro Iasi - fala final na
assembleia do dia 10 de agosto de 2012
Desde o início dessa greve, para
quem participou das nossas primeiras reuniões ainda em maio, sabe que houve um
sentimento que nos mobilizou, de que os professores estavam sendo
desrespeitados e que nós merecíamos respeito. Mas, desde as primeiras reuniões,
eu quero esclarecer que em várias delas a Adufrj-SSind foi para conversar com
pessoas que estavam francamente contrárias à greve, contrárias, inclusive, à
própria Adufrj-SSind. E nós não nos recusamos a ir em nenhuma reunião em que
fomos chamados para defender a postura do Andes Sindicato Nacional e a
necessidade de deflagrar nosso movimento.
Temos conduzido não apenas nossas
assembleias como as reuniões que já passam de uma centena mantendo firmemente o
respeito e esse princípio. Alguém nos disse que é mais fácil respeitar aqueles
que nos tratam com gentileza e respeito do que manter uma postura com aqueles
que nos tratam com desrespeito. Eu agregaria apenas o seguinte: apesar de
acreditar nisso e manter firmemente nossa postura de respeito a qualquer colega,
independente do que ele venha a se posicionar no debate que estamos fazendo
aqui sobre o rumo do nosso movimento, sob as formas de luta, sobre a
oportunidade de manter a greve ou parar é fundamental que a gente denuncie e
explicite quando se produz uma falta de respeito.
Essa assembleia não tem nenhuma
manobra, nenhum jogo, mas ela tem direção. Ela tem uma mesa que é legitimada
pelo Comando Local de Greve, pela Seção Sindical docente e nós não pediremos
nem licença, nem permissão para traçar a tática de assembleia, a ordem que
votaremos as coisas e submeteremos isso única e exclusivamente à vontade da
assembleia.
Se tem gente que por viés, que
não sabemos quais, acredita que pode dirigir um movimento docente por fora
dele, por benefício e beneplaste de conhecimento do governo, ou por uma
estratégia estranha de, ao invés de disputar a Seção Sindical, se penetrar em
órgãos de gestão da universidade achando que por aí se dirige os professores e
não através de um movimento autônomo sindical dos professores, nós diremos que
não nos intimidamos e não nos apequenaremos a fazer esse embate com aqueles que
não se dispõem a vir aqui discutir politicamente, civilizadamente como nós
temos feito até esse momento.
Não aceitaremos que as pessoas
venham de repente querer apenas votar propostas sem participar dos debates. Nós
temos tido uma postura civilizada, respeitosa com todos os professores, mas
isso implica que nós exigimos de todos o mesmo respeito. Não aceitaremos como
fato natural que mensagens circulem entre os professores dizendo que em nossas
assembleias não há espaço para discussão política porque tem sido 'palco de
espetáculos explícitos de violência que intimidam os professores a expressarem
suas opiniões'. Estou vendo várias pessoas que estiveram presentes em todas as
assembleias. Eu faltei apenas a uma: a que teve o tal espetáculo explícito de
violência. Essa eu devo ter perdido. Porque eu não vi em nenhum momento alguma
pressão ilegítima que impediu as pessoas de falarem. Talvez a única força no
mundo que tenha impedido as pessoas de falarem nas assembleias é uma força
maior que é a vergonha de defender uma proposta lastimável que o governo
apresentou.
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=169od3IDdYE&feature=share
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