quarta-feira, 19 de junho de 2013

Informe

Em face dos recentes acontecimentos lastimáveis na cidade de São Paulo em relação às representações partidárias nós, do Ocupância, retratamos aqui a nossa idéia original e a relação com a frase "não é picuinha, vem sem legenda que essa luta é tua e minha".

Quando surgimos - durante a Greve geral da Educação, agregamo-nos principalmente por concordarmos com o caráter suprapartidário do nosso movimento (dos Estudantes dos cursos do prédio da Reitoria da UFRJ), com caráter de mobilização e informativo e sem fins de concorrência nos circuitos eleitorais do movimento estudantil. Pois bem.

Quando a movimentação contra o aumento das passagens ganhou corpo, retomamos nosso caráter e viemos mantendo informação, mobilização e a integração com todos. Neste sentido, vendo a luta de rua e reconhecendo o estranhamento de alguns em relação ao excesso de mídias partidárias nas manifestações, na intenção de agregar mais pessoas, promovemos as idas às manifestações sem carregar materiais de partidos, daí o slogan.

Nós reconhecemos, legitimamos, apoiamos e construímos junto com todos os partidos de esquerda esta luta pelo transporte público de qualidade e acessível ao povo. É inadmissível que haja violência e opressão à militância partidária num movimento político, principalmente sendo este o principal instrumento de representação do povo no atual sistema político. Devemos aprender a lidar com a diferença, praticar a tolerância, nos unir na luta e garantirmos que nosso movimento, que já é um gigante, não seja deturpado.

O que estamos vendo neste momento é a grande mídia a todo custo tentando transformar a nossa luta por transporte público de qualidade em um circo para seus discursos parciais sobre uma suposta crise da representação política, o suposto vandalismo e sua associação aos partidos de esquerda e movimentos contra a corrupção sendo pautados de forma rasa, sem um debate sobre a cultura do país e as esferas de corrupção que envolvem o indivíduo e o coletivo.

Esta tentativa cruel e insana de mudar o foco do movimento - contra o aumento das passagens, o aumento do custo de vida, a precarização dos serviços públicos - e promover um repúdio às representações dos partidos de esquerda do Brasil pode apresentar um dano irreparável ao país, por isso pedimos cautela e tolerância, amigos independentes.

Reconhecemos, incentivamos e partilhamos do pensamento político do sujeito autônomo, mas igualmente importante e fundamental: reconhecemos e legitimamos os partidos políticos de esquerda que estão, juntos conosco, construindo um ambiente de luta diária, nas trincheiras contra o privilégio de poucos e a favor de um Estado que sirva ao povo.

Não se deixe enganar pelo apelo desesperado de desmantelamento do movimento, muito menos pelas políticas de direita que acenam numa direção perigosa ao futuro do nosso país.

Afastados somos poucos, mas juntos somos todos! Uni-vos!

Postado originalmente na Página do Facebook

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