
Em seus momentos decisivos, a greve deve seguir firme para avançar nas vitórias!
CNGE reúne mais uma vez com o MEC
Diante da proximidade do dia 31 (data de fechamento do orçamento da União) as categorias em greve passam por um momento decisivo nas negociações. Dentro disso o CNGE teve, nessa última sexta feira do dia 24 uma reunião com representantes do MEC.
Essa reunião foi de fato mais uma conquista dos estudantes em greve, que permanecem em mobilização em suas universidades, reafirmando a legitimidade do CNGE e o reconhecimento por parte do governo. Infelizmente essa reunião não apresentou avanços em relação às anteriores, até por não nos terem apresentado uma contraproposta. Os representantes do MEC nos sinalizaram possíveis avanços como o reajuste nas verbas do PNAES. Na próxima semana está marcada uma reunião do MEC com a ANDIFES – Associação de dirigentes das IFES – onde o governo apresentará qual será o aumento de verba para o PNAES e os impactos no orçamento federal sobre as propostas para as universidades. Além disso, será também discutido um reajuste nas bolsas de permanência.
Depois de mais de 3 meses em greve, e uma enorme intransigência do governo em atender a pauta de reivindicação dos grevistas, o mínimo que se podia esperar eram respostas por parte do MEC. Porém, mais uma vez o desrespeito do governo com os estudantes em greve se provou nessa reunião, que nem sequer apresentou um documento por escrito como resposta aos estudantes de todo o país, que aguardavam o resultado da reunião de hoje. Ou sequer deu qualquer satisfação sobre a pauta dos estudantes secundaristas e de pós-graduação, como tinha ficado acordado na última reunião. Fato que se repetiu com todas as entidades que apresentaram durante a greve uma posição contrária ao projeto de precarização da educação colocado pelo governo federal, como é o caso atual do ANDES.
Porém, apesar do pouco avanço na negociação das pautas nacionais, em vários cantos do país os estudantes grevistas já conquistaram importantes reivindicações locais, principalmente na área de acesso e permanência. Na UFAM os estudantes conquistaram o bandejão noturno e espaço físico pros centros acadêmicos. Na UFRA, assim como na UFPR, as mobilizações resultaram na garantia de um prazo pra conclusão de obras não terminadas e reformas que há tempo os estudantes esperavam. Além disso, na UFPR também foi conquistado o reajuste da bolsa moradia, alem de ônibus intercampi nos horários de refeição de segunda a segunda. Na UFBA, a reitoria se comprometeu em abrir edital para efetivar o “busufba”, garantindo o transporte intercampi, antiga reivindicação estudantil.
Aonde não se concretizou ainda vitórias, a pressão dos estudantes resultou em abertura de negociação com as reitorias. Um exemplo é o IFPI, onde será iniciada uma semana de negociação com representantes de todos ou campi, ou ainda a UFRJ, que a partir da ocupação do Canecão foi aberta a negociação sobre a utilização da tradicional casa de show e as pautas dos estudantes. Outras universidades terão suas reuniões de negociação com a reitoria nos próximos dias, e é possível que outras conquistas venham somar o saldo da maior greve da educação das últimas décadas. Por isso é fundamental seguir pressionando as reitorias, com iniciativas de mobilização e radicalização, onde for possível, para conquistar vitórias concretas para os estudantes. Em breve, o CNGE enviará uma sistematização detalhada sobre as conquistas acumuladas durante o período de greve em cada universidade.
FASUBRA decide pela saída da greve, enquanto ANDES e SINASEFE ampliam pressão pela reabertura da negociação
A força desta greve fez com que o governo federal negociasse com o movimento grevista. Depois de afirmar inúmeras vezes que não negociaria com grevistas, após muita pressão e apoio popular à greve, o governo federal foi obrigado a ceder e negociar com as categorias. Nesta semana o governo apresentou uma proposta à FASUBRA que, apesar de ser insuficiente, contemplava algumas reivindicações da categoria. Após uma rodada de assembléias em todas as Universidades, a maioria votou a favor da proposta apresentada pelo governo e a FASUBRA fechou o acordo, apontando a volta ao trabalho a partir de segunda-feira.
O SINASEFE, por ser um sindicato que representa técnico-administrativos e professores dos Institutos Tecnológicos Federais vive um impasse para construir uma proposta que contemple ambas as categorias. Em sua última reunião nacional realizada em Brasília aceitou o conteúdo da proposta para os técnicos administrativos, desde que sejam contempladas as propostas referentes à carreira docente (Ensino Básico, Técnico e Tecnológico), porém rejeitou a proposta e enviou uma contraproposta ao governo para ser avaliada até a próxima quarta-feira. O ANDES segue a pressão para que o governo reabra as negociações interrompidas abruptamente no dia 3 de agosto. Na manhã da sexta-feira protocolaram o documento de contraproposta. No entanto, o governo segue com a mesma intransigência demonstrada nas ultimas semana em não reabrir as negociações. Nos próximos dias, o CNG do ANDES seguirá reunido para definir o posicionamento frente a esta realidade.
A greve continua!
Iremos seguir pressionando por uma nova reunião do CNGE com o MEC para a semana que vem, por isso é fundamental seguir a pressão desde a base. Devemos prestar todo o apoio, desde Brasilia e em cada assembleia das universidades, à resistência e pressão do ANDES e SINASEFE ao governo para reabrir as negociações. A greve continua forte, e os próximos dias serão decisivos para que a força que acumulamos influencie em vitórias na negociação. Por isso, é imprescindível que as bases permaneçam mobilizadas. Essa semana, os comandos de greve da UERJ, em conjunto com as federais do Rio em greve, conseguiu organizar uma importante manifestação em uma via pública, com a organização de uma barricada para fechar o trânsito e uma ocupação em um banco dentro da universidade, que foi duramente reprimido pela PM e batalhão de choque, porém obrigou o governo estadual do Rio de Sérgio Cabral a se posicionar sobre a greve.
O Comando Nacional de Greve Estudantil ainda possui tarefas importantes a cumprir em Brasília, e se manterá reunido ao longo da próxima semana para seguir na sistematização das conquistas de cada universidade obtidas pela greve, manter uma próxima articulação com o ANDES e SINASEFE, pressionar o governo para uma nova reunião de negociação, e seguir repassando uma posição nacional sobre os próximos acontecimentos da greve.
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