sábado, 1 de setembro de 2012

BOLETIM ESPECIAL CNGE-PÓS

BOLETIM ESPECIAL CNGE-PÓS

Carta-denúncia sobre a caravana da ANPG rumo à Brasília nos dias 28, 29 e 30/08.

Durante o processo de greve deflagrado a partir de maio de 2012 no ensino público federal, que ultrapassa os cem dias de duração, uma nova instância organizativa foi criada com o objetivo de agregar e mobilizar estudantes do nível da pós-graduação: o Comando Estadual de Greve dos Pós-Gradua
ndos do Rio de Janeiro. Reunindo estudantes da UFF, UFRJ, UFRRJ e, posteriormente, da UERJ, este movimento se soma às demais categorias em greve nas instituições de ensino superior, técnico e tecnológico, e, mais recentemente, aos servidores públicos federais em greve, todos confrontados com a incapacidade do governo Dilma em abrir negociações e com a sua intransigência durante as negociações com categorias que conseguiram iniciar diálogo.
Os estudantes de pós-graduação tem sua representação nacional garantida junto ao Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE), que agrega ainda alunos da graduação e secundaristas. O movimento de construção da greve foi realizado a partir das bases discentes em todo o Brasil. As direções das entidades que supostamente deveriam representar os estudantes do ensino superior tais como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) omitiram-se e não participaram da greve. No caso da ANPG, autoproclamada representante dos pós-graduandos do Brasil, assistiu-se à publicização de uma irrisória declaração de "solidariedade" ao movimento grevista, sem que no entanto tenha em qualquer momento declarado sua adesão à greve. No momento presente a ANPG, que tenta estabelecer uma negociação com o governo alheia ao movimento paredista, por meio da organização de uma caravana de pós-graduandos a Brasília com a finalidade de reivindicar o reajuste de 40% das bolsas de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado, ignorando a pauta de reivindicações dos estudantes de pós-graduação apresentada pelo CNGE.
Nós, do Comando Estadual de Greve dos Pós-Graduandos do Rio de Janeiro, nos manifestamos contra a incorporação dos estudantes de pós-graduação em greve à referida caravana, por compreender que a ANPG não vem construindo o movimento da greve dos estudantes da educação. Num contexto em que tentamos negociar reivindicações junto às agências de fomento à pesquisa em nível de pós-graduação, CAPES e ao CNPq, e somos ignorados pelos dirigentes destas instituições, consideramos um disparate o fato de a ANPG conseguir marcar audiência com a CAPES para negociar pautas que não dizem respeito à greve. Nossas pautas já foram apresentadas oficialmente na íntegra pelo CNGE e pelo Comando Nacional de Greve do ANDES, sem que houvesse qualquer tipo de resposta por parte da CAPES e do CNPq.
Somos contra a proposta da ANPG de reivindicar um aumento de apenas 40% nas bolsas de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado, pois construímos proposta alternativa e superior durante a greve. Considerando que o valor das bolsas se encontra altamente defasado em relação às necessidades de sobrevivência dos pós-graduandos e quanto ao valor real que atingiram outrora - conforme comprovado por meio de estudo econômico por nós produzido no contexto da greve e já protocolado junto ao CAPES e ao CNPq - e tendo em vista a necessidade de reajustes periódicos, apresentamos uma proposta de fórmula de reajuste a ser adotada de imediato pela CAPES, CNPq e fundações de amparo à pesquisa estaduais, no contexto da política nacional de bolsas para pós-graduação. O valor das bolsas deve corresponder a 80% do total da remuneração prevista para um professor auxiliar, com especialização, em regime de dedicação exclusiva (no caso da bolsa de mestrado), e a 80% do total da remuneração prevista para um professor assistente, com mestrado, em regime de dedicação exclusiva (no caso da bolsa de doutorado), conforme o plano de carreira da categoria dos professores universitários federais vigente. Isto implica em se conceder um aumento imediato de 87% em relação ao valor atual das bolsas de mestrado e doutorado, que passariam para as cifras de R$ 2.496,06 e R$ 3721,27, respectivamente. Pleiteamos ainda a universalização das bolsas e da taxa de bancada para todos os bolsistas de mestrado e de doutorado da CAPES, CNPq e fundações estaduais de amparo à pesquisa, no valor de 30% sobre o total do valor mensal das bolsas, tendo em vista o financiamento da aquisição de material de consumo e de insumos para pesquisa, bem como de material bibliográfico, viagens de estudo, participação em congressos etc.

A PÓS TA NA GREVE, A PÓS TA NA LUTA!!!

Comando Estadual de Greve dos Pós-graduandos do Rio de Janeiro (contato: apostanagreve@gmail.com)

Comando Nacional de Greve Estudantil (comandogreveestudantil@gmail.com)

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