Estudantes evitam andar com cartão de crédito e computadores.
Novos casos de sequestro relâmpago voltam a assustar alunos e funcionários da UFRJ, na ilha do Fundão. Só este ano foram mais de 20. Mesmo depois da prisão de uma quadrilha aconteceram ainda outros dois neste mês. As informações são do RJTV.
O pesquisador Ralph Santos foi vítima dos bandidos na semana passada. Ele chegava ao Fundão para mais um dia de trabalho. Às dez para as sete da manhã, ele foi abordado por homens armados que o colocaram num carro. Depois de uma peregrinação por caixas eletrônicos, os bandidos o libertaram, levando 20 mil reais.
"Um apontava a arma para a minha cabeça e o outro apontava a arma para o meu estômago. Essa configuração não mudou até a minha libertação. Não recuperei o veículo, não recuperei documento, nada", disse o pesquisador.
E faz tempo que estudantes e funcionários da UFRJ convivem com a violência. No ano passado, bandidos abordaram um estudante de medicina no estacionamento do centro de ciências e saúde, quando ele chegava à UFRJ. O rapaz foi obrigado a sacar dinheiro e a entregar o que tinha. Ele só foi libertado duas horas depois. Este ano, uma quadrilha foi presa depois que uma funcionária do Hospital do Fundão foi vítima de um sequestro relâmpago.
Mas os sequestros relâmpago ainda acontecem. Segundo o Instituto de Segurança Pública, desde o início do ano até setembro, foram 27 casos como este na região do Fundão e na Ilha do Governador. Só nas últimas semanas foram dois novos sequestros.
De acordo com a própria universidade, todos os dias circulam pelo campus do Fundão cerca de 100 mil pessoas. A insegurança faz parte da rotina de alunos, funcionários e professores. Alguns estudantes não assistem mais aulas em certos horários, não trazem computadores para a universidade. E alguns até desistiram de andar com cartão de crédito.
"A gente parou de trazer cartão de crédito. O que a gente sabe é que os sequestradores pegam as pessoas com cartão para fazer saques por vários caixas eletrônicos pelo Rio de Janeiro", disse um estudante. "Nunca trago notebook por medo da insegurança", afirmou outro aluno.
"A gente tem horários, até. Por exemplo, aula de pós-graduação normalmente iria até as cinco horas. E a gente não faz isso por causa da violência mesmo. Com o horário de verão, fica um pouquinho mais fácil. Mas antes, você para um pouquinho, às quatro e quinze, quatro e meia", disse uma aluna.
Durante as quase quatro horas em que a reportagem ficou no local, encontrou dois carros da PM circulando. Para a UFRJ, usuários de crack que moram em comunidades no entorno também podem estar envolvidos em assaltos na universidade. É fácil encontrar estudantes com uma história de violência para contar. "Toda hora tem sequestro relâmpago", disse um estudante. "Deve ser difícil encontrar alguém que não tenha sido assaltado aqui dentro", contou uma aluna
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